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Cinema negro brasileiro é destaque na Holanda

A 48º edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, na Holanda, apresentou uma mostra especial sobre o cinema negro brasileiro, sob curadoria da professora de História do campus São Gonçalo Janaína Oliveira. “Alma no Olho – O legado de Zózimo Bulbul e o cinema negro brasileiro contemporâneo” apresentou 28 filmes, sendo 4 longas e 24 curta metragens, entre os dias 24 e 28 de janeiro, dentro da programação do festival.

Essa curadoria é um desdobramento direto do trabalho da professora com a pesquisa “Cinegritude: reflexões sobre a invisibilidade das produções cinematográficas africanas e afro-brasileiras na contemporaneidade, realizada desde 2009 com financiamento e apoio institucional do IFRJ e CNPQ. “A minha trajetória com o cinema negro começou com essa pesquisa quando eu percebi que estava incomodada com a falta de visibilidade, por exemplo, do trabalho do cineasta Zózimo Bulbul”, afirmou Janaína.

A pesquisa “Negritude”, que consiste em entrevistas com o público durante os Encontros de Cinema Negro, foi o pontapé para a formação do Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE). “Esse é um projeto com pessoas de fora do Instituto para formar plateia para essa cinematografia com oficinas e sessões. A partir desse trabalho comecei a ser chamada para fazer curadorias diversas em mostras e atividades em universidades”, explicou Janaína.

Segundo a docente, este é um momento importante para o cinema negro nacional por ganhar visibilidade em um festival respeitado por ser uma vitrine de produções autorais de novos expoentes da sétima arte. “O Festival não bancou a ida de todos, mas eles fizeram crowdfunding e 17 cineastas estiveram presentes. Todos são muito jovens e alguns ainda não haviam saído do Brasil, sendo de regiões como a Baixada Fluminense e a periferia de Fortaleza”. Janaína espera que o trabalho abra portas para outras pessoas negras, mulheres e que todas as minorias possam estar nesses locais de fala.

Antes de ser convidada para o festival de Roterdã, a professora teve passagens pelo maior festival de cinema do continente africano, o Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (FESPACO), atuou como professora visitante na Universidade Howard em Washington e foi convidada para participar do maior seminário de curadoria do mundo em Nova York, o FLYERT. Atualmente, é consultora de filmes africanos e da diáspora africana no Festival de Locarno, na Suíça, e curadora do Encontro de Cinema Negro, criado por Zózimo Bulbul no Rio de Janeiro, que é o encontro estudado incialmente em sua pesquisa.

Como é realizado o trabalho de curadoria?

Para a professora Janaína, o trabalho de curadoria não deixa de ser um trabalho de pesquisa. “É preciso fazer o levantamento de cineastas e de filmes, além de pensar na produção e tendências das dimensões estéticas, nas narrativas, na dificuldade de produção e circulação e no impacto que isso tem, por exemplo, na circulação escolar e pedagógica. Isso porque há uma relação direta entre a produção dessas imagens e a Lei 10.639/03 (que propôs novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana). Fazer curadoria pensando em formar público passa pelo questionamento de como descontruir ou reelaborar o imaginário sobre as culturas negras, africanas e diaspóricas no mundo”, concluiu.

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