Violência de gênero e protagonismo feminino em pauta

A IV Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher e a I Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História foram promovidas pelo Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDS) – Pinheiral, entre os dias 14 e 17 de abril de 2025.
O evento trouxe à comunidade acadêmica debates e reflexões sobre a violência contra a mulher, destacando trajetórias de mulheres que marcaram a história, com atenção especial às interseccionalidades (como diferentes formas de desigualdade e discriminação se combinam e afetam as pessoas simultaneamente) envolvidas na violência de gênero — como o racismo, a gordofobia, a situação das mulheres indígenas, entre outros temas.
A proposta foi promover uma reflexão crítica para que violências e preconceitos não sejam naturalizados, reforçados ou perpetuados por estudantes, professores e técnico-administrativos, e que essas reflexões se expandam para as comunidades em que cada pessoa está inserida.
O evento destacou que certos estereótipos — muitas vezes tomados como naturais — devem ser desconstruídos por meio do debate, da informação e da valorização de novas referências sociais e culturais.
Durante o momento de formação para servidores, foi discutido o epistemicídio — o apagamento da produção intelectual de mulheres — e destacada a importância de reforçar a presença da produção acadêmica feminina nas salas de aula. Foram apresentadas estratégias para valorização das mulheres no espaço educacional e para o enfrentamento ao machismo e aos preconceitos diversos.
A violência contra a mulher negra foi debatida, com foco na construção de imaginários sociais machistas e racistas, analisados por meio de músicas, novelas, práticas religiosas e contextos socioculturais. Discutiu-se, por exemplo, como a mulher negra é frequentemente responsabilizada pela violência sexual que sofre, sendo retratada de maneira hipersexualizada — como na figura da “Globeleza” —, além de ser estereotipada como “mãe brava”, “barraqueira” ou associada de forma pejorativa às religiões de matriz africana em que se utiliza a identificação macumbeira de forma negativa.
Outro ponto de destaque foi o debate sobre gordofobia, abordando a imposição de dietas extremamente restritivas e nutricionalmente inadequadas, que ignoram a diversidade alimentar, os contextos sociais e as necessidades específicas de cada corpo, violentando, principalmente, as mulheres de diversas maneiras.
A Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher teve como objetivo conscientizar sobre a Lei Maria da Penha, capacitar educadores e integrar a comunidade escolar na luta contra a violência doméstica.
Já a I Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História celebrou as contribuições históricas de mulheres brasileiras, conforme estabelece a Lei nº 14.986/2024.
Colaboração: Greici Oliveira