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Do IFRJ para o mundo, a história de determinação e sucesso de Letícia Gomes

Existem dois fatores em comum que fazem parte da vida de muitos egressos do IFRJ, a formação cidadã e o sucesso profissional. Se é possível dizer que não existem caminhos fáceis, também é verdade que a determinação e o trabalho trazem resultados brilhantes. É o caso de Letícia Gomes, ex-aluna do Campus Rio de Janeiro, e que hoje faz a sua história nos Estados Unidos.

Letícia fez o curso de química, integrado ao ensino médio, de 2011 a 2015, dando início a um sonho. “Desde pequena eu queria me tornar cientista, para que pudesse transformar o mundo com soluções sustentáveis. Durante o ensino fundamental, tive uma visita pedagógica ao IFRJ durante a semana da química. Eu simplesmente amei, e no ano seguinte apliquei para o Ensino médio integrado ao técnico”.

Sem perda de tempo, a adolescente ingressou no ensino médio com muito foco nas oportunidades. “Com um grupo de amigos, comecei o meu primeiro projeto orientado pelas professoras Verônica Mello e Lourdes Mason. “O projeto da vaquinha”, que consistia na conversão de subproduto poluente das indústrias de laticínio em biocombustível. Apresentamos na semana da química de 2013 e 2014, ficamos em segundo lugar na categoria didática e em primeiro lugar na categoria científico tecnológica, respectivamente”.

Leticia, amigos e professores na febrace
Com amigos e professores na FEBRACE

Ao lado dos amigos de turma, Marcus Vinicius e Juliana Marinho, ela começou nas aulas de síntese orgânica, orientada pelos professores Cleber Ribeiro e Lúcia Tropia. “Nesse projeto, sintetizamos um alternativo não tóxico para pesticidas”. Em 2015, participaram da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), e ganharam o prêmio de destaque do Estado do Rio de Janeiro, “Ficamos em segundo lugar em ciências agrícolas e fomos selecionados para a maior feira de ciências do mundo a INTEL ISEF (Feira Internacional de Ciências e Engenharia)”.

COM MARCUS E JULIANA NO intel isef
Marcus, Juiana e Letícia no INTEL ISEF

Na ISEF, receberam o reconhecimento da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela contribuição para o desenvolvimento integral das Américas. “Também apresentamos o projeto como Global Trailblazer no programa Village to Raise a Child da Harvard Social Innovation Collaborative”. E em 2016, o grupo de Letícia ganhou visibilidade e reconhecimento nacional ao participar do programa Caldeirão do Huck no quadro Jovens Inventores.

leticia, juliana e marcus com luciano huck
'Loucura, loucura, loucura', Leticia no quadro Jovens Inventores

Do IFRJ, Letícia guarda com carinho momentos muito especiais. “A melhor lembrança foi apresentando nas semanas da química, onde tive a experiência de compartilhar ciência com estudantes de todas as idades. Na semana da química de 2014, nossa apresentação foi feita como se fosse um jornal e eu era uma cientista que falava da importância do projeto. No final de uma das apresentações uma criança veio até mim e falou “quero ser cientista igual a você”, esse momento me marcou e me deu certeza que estava no caminho certo”.

ao lado de amigos e professores em uma semana da qimica
Semanas da Quimica para sempre

Escolhas, dedicação e reconhecimento profissional

No último ano no IFRJ Letícia já estagiava no controle de qualidade da P&G – Planta Rio. Após sua formatura foi efetivada como analista e em seguida promovida para Líder do laboratório físico-químico. “O meu time era responsável pelo controle de qualidade da linha Pantene, Head & Shoulders e Wella”. Algumas das suas funções incluíam gerenciar as análises de controle de qualidade, validação de novos produtos e equipamentos, qualificação de painelista de odor e projetos para a melhoria do laboratório. “Neste cargo utilizei os conhecimentos técnicos e profissionais adquiridos durante a minha formação no IFRJ”.

Durante as suas experiências internacionais, apresentando o projeto de pesquisa, Letícia descobriu a possibilidade de aplicar para uma universidade americana. “Eu sabia que seria um grande desafio, e teria que correr atrás do tempo perdido, pois normalmente os alunos aplicam no último ano do ensino médio”. Em 2016, ela dividiu o seu tempo entre o trabalho na P&G e a aplicação para as faculdades. “No início parecia um sonho impossível, mas tive a ajuda do programa de mentoria da associação de estudantes brasileiros no exterior (BRASA). Neste programa gratuito, um mentor me auxiliou em todo o processo de aplicação, incluindo preparação do currículo, redações e provas. E também tive ajuda de vários professores do IFRJ, incluindo o Clenilson Sousa, Lucia Tropia e Thiago Rocha Mathias, que escreveram as minhas cartas de recomendação”.

Leticia posando ao lado do mascote da universidade suffolk
Primeiros passos na Suffolk

E todo esse esforço foi recompensado, pois a jovem foi aprovada com bolsa parcial por mérito na Suffolk University em Boston, Massachusetts. “Na Suffolk, tive oportunidades maravilhosas de ajudar outros estudantes por meio de tutorias, grupos de estudos ou como professora assistente, o que me fez querer me tornar professora e pesquisadora. Também tive a oportunidade de conhecer a química computacional e ser pesquisadora assistente no grupo de pesquisa da Dr. Kelsey Stocker, onde utilizei simulações para entender interações em nível atômico de uma reação que utiliza gases do efeito estufa para produzir energia limpa. Recebi vários prêmios durante a faculdade, incluindo o prêmio de estudante sênior destaque em química e o prêmio de Excelência em Honras pela minha tese em química”.

E as conquistas não param, pois agora, em maio de 2021, Leticia graduou com honras em Química na Suffolk University. “Novamente fui mentorada pela BRASA, mas agora para a aplicação para o Ph.D”. E em setembro vai continuar sua jornada e começar o seu Ph.D. em Química com foco em química de materiais e energia limpa para o desenvolvimento de novas soluções sustentáveis para um futuro mais verde na Northeastern University, Boston - MA.

Sobre o futuro, Letícia diz que quer setornar professora e pesquisadora. Quer trabalhar com pesquisas inovadoras que possam efetivamente avançar as fronteiras do conhecimento e da tecnologia. E nesse ponto, destaca uma atuação que tem tudo a ver com seu caráter e sua atuação como cidadã. “Continuarei a lutar contra as muitas desigualdades que enfrentamos diariamente por meio da ciência e da educação, para que outros estudantes de origem desfavorecida como eu possam alcançar seus sonhos”.

Letícia Gomes é um exemplo de que transformar sonhos em realidade muitas vezes depende de comprometimento, de foco e de aproveitar as oportunidades que surgem ao longo da vida. Aos novos estudantes do IFRJ, ela deixa uma dica. “Não tenha medo de tentar novas ideias, aproveitar todas as oportunidades e criar vínculos com estudantes e professores”.

 

  

 

 

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