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APNPs: COMO PREPARÁ-LAS?

 

Todos nós sempre trabalhamos ou estudamos com Atividades Pedagógicas! Uma aula expositiva, a realização de exercícios, o desenvolvimento e apresentação de trabalhos em grupos, uma visita técnica, uma prática no laboratório, entre outras atividades, todas são consideradas Atividades Pedagógicas, pois são ações que nos levam a ensinar e a aprender, dentro e fora da nossa sala de aula. Por isso, Atividades Pedagógicas não são novidades para nós!

 

Então, o que há de diferente? Exatamente o fato de não serem presenciais e, por isso, impedirem a nossa interatividade em sala de aula e nos outros espaços do IFRJ.

 

Mas, a pandemia de COVID-19, nos obrigou a ficarmos distantes uns dos outros de forma presencial, mas não pode nos isolar do mundo!

 

Logo, fazendo uso das tecnologias de informação e da comunicação disponíveis, sejam elas digitais (como celulares, tablets e computadores) ou analógicas (como livros, jornais e textos impressos), tanto professores como estudantes reorganizarão juntos suas atividades acadêmicas.

 

Mas quais atitudes são fundamentais para nós professores trabalharmos com as APNPs?

1º) APNP não se restringe à tríade aula-exercício-prova. Trabalhar com APNPs significa expandir os instrumentos de ensino e de avaliação que você dispõe. Vídeos, propostas de pesquisas, fóruns, resenhas de textos ou filmes, entre outras atividades que já eram desenvolvidas pelos professores;

2º) Não reproduza o seu planejamento de ensino, pensado em um contexto de amplo contato presencial, ao preparar suas APNPs. Isso será impossível. A tela do computador não é o quadro branco e nem os estudantes estão todos, ao mesmo tempo e nas mesmas condições da sua sala de aula.

3º) As primeiras aulas devem ser destinadas para ambientação das plataformas digitais e revisão dos conteúdos ministrados antes da suspensão das atividades presenciais. Evite novos conteúdos e realize avaliações somente diagnósticas por um prazo de até 21 dias.

4º) Não acredite ser possível trabalhar todos os conteúdos que você havia programado antes da pandemia. Procure selecionar aqueles conteúdos e objetivos de aprendizagem que são prioritários para que o seu estudante continue seus estudos com sucesso. E entenda que esse aluno ainda tem um tem um longo percurso de estudos a caminhar e que aqueles conteúdos que não puderam ser trabalhados nesse momento, poderão ser retomados em outras disciplinas ou atividades extracurriculares que poderão ser ofertadas no contexto de retorno presencial.

5º) Para isso tudo, entenda que sua disciplina não está isolada de todo curso e dialogar com seus colegas professores e demais setores pedagógicos é essencial para que as APNPs funcionem! Estamos (re)organizando os cursos para uma forma de oferta que nunca trabalhamos! Portanto, entender que a sua disciplina tem ligação direta com as demais disciplinas que compõem o curso significa sentar e planejar coletivamente, nos colegiados de cursos e com o apoio pedagógicos das demais instâncias (Direções de Ensino, COTPs e Núcleos especializados), que conteúdos, que estratégias de ensino-aprendizagem e que formas de avaliação devem ser adaptadas e trabalhadas nessa realidade de distanciamento social.

Assim, será no planejamento de sua disciplina relacionada ao planejamento das demais disciplinas do curso, que todos avaliarão coletivamente estratégias como: realocação de conteúdos ou atividades pensadas nesse período para serem ministradas em disciplinas posteriores, formas de trabalhar os conteúdos e as avaliações de forma conjunta, empática e mais adaptada à realidade de todos os envolvidos (professores, estudantes e famílias), entendendo que a sobrecarga de atividades só gera problemas físicos e emocionais e a todos nós e pouco contribuirá para o processo de ensino e aprendizagem dos nossos estudantes.

6º) Dialogue com seu colega professor, seja da mesma equipe ou de equipes diferentes. Proponham atividades e avaliações conjuntas. Isso representa importante oportunidade de conhecer e avaliar globalmente a turma e também de construir a interdisciplinaridade nos nossos cursos. Sobretudo, evita a sobrecarga de tarefas e avaliações a serem preparadas por você, pelo colega; evita a sobrecarga também sobre os estudantes e, por fim, permite que o aluno vivencie a experiência de identificar pontos comuns entre as disciplinas que ele cursa, entendendo o conhecimento que ele constrói como algo interligado, dando sentido a sua experiência educativa.

7º) Procure trabalhar com linguagens simples, com ferramentas tecnológicas conhecidas e disponíveis para todos e com materiais amplamente disponíveis: livros didáticos, textos disponíveis na Internet, filmes, vídeo-aulas disponíveis em sites. Adapte seu planejamento ao que estiver disponível tanto para seu uso quanto para o seu aluno. E lembre-se: tanto para nós como para os nossos estudantes, identificar a autoria dos materiais trabalhados é fundamental. E que existem regras legais e institucionais de uso de conteúdos e materiais audiovisuais que precisam ser respeitados.

8º) Conte com o apoio da COTP, da equipe multidisciplinar e dos Núcleos especializados de seu Campus para o planejamento e o desenvolvimento de suas APNPs.  Cada um de nós, seja professor ou estudante, reagirá de uma forma diferente a todo esse processo. São muitos meses de medo, isolamento e ausência escolar. Isso se refletirá no início de toda essa retomada. Por isso, antes de mais nada siga os seguintes procedimentos:

  • Reinicie suas atividades com um primeiro momento de acolhimento e diagnóstico da sua turma: escute os relatos, troque as experiências vividas nesse período e perceba, de forma muito sensível, aqueles estudantes que provavelmente precisarão de um apoio psicopedagógico diferenciado. E comunique imediatamente à COTP e à Coordenação do Curso comportamentos inadequados, estudantes reiteradamente ausentes bem como aqueles que precisarão de um Atendimento Educacional Especializado.
  • Lembre-se que vocês já conviveram 25 dias de aulas presenciais antes do início da pandemia. Realize atividades de recuperação dos conteúdos que foram trabalhados, reconhecendo os avanços e as lacunas que precisam ser (re)trabalhadas em suas APNPs.
  • Ao contabilizar a carga horária de sua APNP considere: o tempo adequado que este estudante deve ter para ler e compreender os materiais, as dificuldades que terá para compreendê-la, a necessidade que ele terá de procurar outras fontes de consulta para entender melhor a sua atividade, e o tempo de realização e envio da mesma para você. Abaixo, disponibilizamos propostas que poderão auxiliá-lo nesse processo (incluir as tabelas de equivalências de cargas horárias – Graduação e Técnico

 

Temos que entender que o papel do educador vai muito além de “dar aula e prova”. Temos um papel fundamental no contato e no acolhimento permanente do estudante que, como nós, também está sofrendo as difíceis consequências dessa pandemia. Por isso, caro educador, ouvir seus estudantes, ter empatia por seus problemas e como eles interferem em suas aprendizagens, realizar trocas de relatos e experiências vividas nesse momento, devem ser elementos fundamentais para as propostas de atividades que você planejar. Lembre-se que educar é preparar para o mundo!

 

AS PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

1. Tenha empatia sempre: como em todo processo educativo mas, sobretudo por APNPs, cada estudante tem seu ritmo próprio de aprendizagem, em especial diante de todos os problemas psicossociais advindos da pandemia e da ausência prolongada da escola.

2. Lembre-se que estamos em uma situação excepcional. Por isso, as condições ideais de ensino-aprendizagem não são possíveis nesse momento. Precisamos nos adaptar.

3. Trabalhe os conteúdos de forma clara e objetiva, sobretudo adaptando suas práticas e sua didática à realidade vigente.

4. Aja com criatividade, produza novos materiais e novas formas de avaliar, transformando as dificuldades encontradas em potencialidades para a auxiliar aquele que é o principal foco da nossa aprendizagem: O ESTUDANTE.

5. Ensine e avalie, tanto o seu trabalho como os seus alunos, sob uma perspectiva dialógica, diagnóstica e individualizada, entendendo que todos somos aprendentes nessa nova forma de ensinar-aprender.

6. Moderação das expectativas: precisamos ter consciência dos nossos limites nesse momento, oferecendo apenas o que temos condições e exigindo do estudante apenas o necessário e o possível , nem mais nem menos.

7. Utilize de diferentes recursos e metodologias já existentes, desde que contextualizados e adaptados às necessidades decorrentes dessa nova forma de desenvolvimento do processo formativo.

8. Tais materiais, além de diversificados, precisam ser adequados à capacidade de aprendizagem, no sentido de seu tamanho e/ou tempo de duração. É preciso considerar que os estudantes estarão realizando seus estudos em casa, inseridos em uma nova rotina familiar, muitas vezes compartilhando seu dispositivo de acesso à internet, e isso tudo interfere na capacidade de concentração. Diante disso, os materiais didáticos precisam ter sua extensão adequada às condições dessa nova rotina de estudos, abordar os conhecimentos de forma criativa e interativa, sempre mediados pelas orientações do professor.

9. Não é possível transpor integralmente para as APNPs o que fora planejado para o ensino presencial. Assim, é imprescindível analisar no âmbito de cada disciplina o que constitui o essencial para a formação dos estudantes. Para isso, é preciso ter em mente que não será possível “trabalhar a matéria toda”. Assim, selecione um menor conjunto de conteúdos prioritários e que poderão ser bem trabalhados, do que pulverizar uma gama de conteúdos que não poderão ser aprofundados e que resultarão em ausência de foco para estudo e aumento dos níveis de ansiedade nos professores e  nos estudantes.

10. Fique atento ao necessário replanejamento de suas disciplinas e demais atividades de ensino previstas para o calendário letivo de 2020. A substituição e/ou reprogramação das atividades teóricas e práticas deve ser feita de forma individual pelo professor e/ou pela equipe da disciplina.

11. Dialogue constantemente com seus pares no Colegiado de curso. O planejamento da disciplina deverá ser acompanhado de uma análise global realizada pelo Colegiado, o qual deverá aprovar um plano de trabalho específico para estes componentes curriculares, e que deverão ser apensados ao PPC.

12. E quanto às atividades práticas? No replanejamento destas atividades, é importante responder algumas questões:

  • Existe alguma estratégia didático-pedagógica (como por exemplo, a prática demonstrativa através de vídeo-aula) que permita as atividades práticas anteriormente planejada, concluindo a disciplina de forma remota, mas sem prejudicar a aprendizagem dos estudantes?
  • É possível diluir estas práticas em disciplinas posteriores (especialmente pensando nos casos de turmas que não estão no último ano)?
  • É possível recuperar este conteúdo prático por meio de um projeto de ensino nos semestres subsequentes, finalizando a abordagem apenas teórica?

13. Avalie em reuniões de planejamento com os Colegiados de Cursos se é possível trabalhar a sua disciplina em parceria com outras que compõem cada período dos cursos. Isso reduz a quantidade de materiais, conteúdos e avaliações a serem realizadas, tanto pelo professor quanto pelo estudante. Mais do que isso, reforça o diálogo entre as disciplinas e dá ao aluno uma perspectiva de formação integral e politécnica. Para isso, verifique com os demais docentes se existem conteúdos comuns que possam ser trabalhados conjuntamente ou se existe um determinado tema (a própria pandemia de COVID-19, por exemplo) que possa ser tratado de forma transversal em diferentes disciplinas.

14. Mantenha todas as instâncias (Colegiado de curso, Direção de Ensino, COTP) e sobretudo o estudante, ciente de todas as atividades que comporão o seu novo planejamento, organizado no Plano de Adaptação dos Componentes Curriculares - APNPs: os conteúdos a serem trabalhados nesse período, os objetivos a serem alcançados, os materiais que serão utilizados, as atividades a serem desenvolvidas, as avaliações, o espaço de tempo em que serão desenvolvidas tais atividades, as formas de interação e contato com o professor, entre outros. Ou seja, é necessária a elaboração de um plano de ensino mais detalhado. Tal plano deve ser disponibilizado aos estudantes por meio do SIGAA, que é o espaço virtual oficial para registro das atividades acadêmicas no IFRJ.

15.  Orientação para elaboração de Plano de disicplina - exemplo

 

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