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Criação de Perfume em primeiro lugar na Feira Brasileira de Ciências

Se o sucesso de um projeto tem algum aroma, alguma fragrância especial, a aluna do Mestrado profissional em Ensino de Ciências Flávia Fernanda Faria pode responder com absoluta segurança. Afinal, Flávia, que é professora há 14 anos e dá aulas de biologia e química em Barra Mansa e Volta Redonda, conquistou o primeiro lugar na Feira Brasileira de Ciências 2020 com seu projeto de Criação de Perfume.

Essa conquista surgiu de uma inquietação da professora, que sentia necessidade de mudar o formato de ensinar Quìmica Orgânica para alunos de 3º ano do Ensino Médio. Flávia queria demonstrar que conceitos e fórmulas fazem parte do cotidiano de modo prático, e não apenas de forma teórica. “O tema “perfume” surgiu a partir da minha vivência em laboratório de manipulação de medicamentos, onde trabalhei antes de me tornar educadora. Sempre gostei de trabalhar com sabonetes, óleos corporais, sais de banho e, principalmente, perfumes”, explica a docente.

O projeto, diz Flávia, nasceu em 2017 de forma tímida e sem fundamentação teórica que servisse de aporte para a sua realização. Foi nesse momento que ela encontrou o IFRJ. “No final de 2017 participei do processo seletivo para ingresso na pós-graduação lato sensu em Ensino de Ciências e Matemática no Campus Volta Redonda. A partir da aprovação comecei a desenvolver o projeto, já com cunho acadêmico, direcionamento e intencionalidade; fui orientada pela professora Patrícia Maria Nassar, que muito me auxiliou no decorrer do projeto.

Em 2018, o projeto teve como tema “Brasil”, onde os alunos produziram perfumes com óleos essenciais obtidos a partir de plantas brasileiras. Surgiram perfumes de pitanga, maracujá, açaí, pau-rosa e priprioca, sendo os dois últimos obtidos de plantas de origem amazônica.

Em 2019 o projeto recebeu todas as observações dos estudos realizados durante o curso de especialização, e nesse mesmo ano a docente participou de um curso sobre criação de perfumes, na cidade do Rio de Janeiro, com o professor Rafael Ferreira. O curso trouxe para o projeto um recurso nunca antes utilizado por nenhum pesquisador: os alunos tiveram à disposição 14 tipos de óleos essenciais divididos em três notas (saída, intermediária e fundo). Essa novidade permitiu que cada aluno produzisse a sua própria fragrância a partir de conhecimentos próprios de perfumistas, ou seja, cada um pôde escolher e criar seu próprio perfume!

A partir desse projeto e da boa repercussão com os alunos, Flávia foi convidada pelo articulador de Ciências do município de Barra Mansa, onde trabalha, para ministrar uma oficina de criação de perfumes com os professores da rede municipal. Como resultado dessa oficina foi produzido um artigo, que foi publicado em setembro de 2019.

Nesse momento, lembra a professora, o IFRJ novamente surgiu na sua. “Em meados de 2019 participei de novo processo seletivo, dessa vez para a pós-graduação stricto sensu, o mestrado em Ensino de Ciências no campus Nilópolis, sendo mais uma vez aprovada. As aulas iniciaram em fevereiro de 2020, mas a pandemia fez com que as aulas presenciais fossem interrompidas”.

Finalmente, em junho de 2020, Flávia inscreveu o projeto na FEBIC (Feira Brasileira de Iniciação Científica), que estava recebendo trabalhos para submissão. O projeto foi inscrito na categoria pós-graduação, porque foi apresentado como TCC na especialização lato sensu.

A Feira aconteceu de forma virtual entre 18 e 30 de outubro de 2020, quando o trabalho foi avaliado pela banca. “Não sei exatamente quando os organizadores liberaram os resultados e premiações, mas no início de 2021 entrei no site da FEBIC em busca do certificado para atualizar meu Currículo Lattes e, para a minha surpresa, lá constava o link para o resultado. Foi então que vi: meu projeto conquistou o 1º lugar. Foi empolgante ver o resultado do trabalho reconhecido!”.

A repercussão foi imediata, primeiro na prefeitura de Barra Mansa, depois em toda a região, e a professora foi parar nos telejornais locais. Com a premiação o projeto foi credenciado para uma feira internacional que acontecerá na Colômbia, ainda sem data definida.

Flávia, no entanto, não se deixa levar pelos holofotes, e aproveita o momento para ser mais uma voz atuante na valorização da Educação no Brasil. “É muito importante que os professores possam ser reconhecidos pelos trabalhos que realizam; muitos desenvolvem projetos maravilhosos e motivadores. O sentimento é de muita gratidão, pois esse projeto foi desenvolvido em uma escola pública da rede estadual, Colégio Estadual Rio Grande do Norte, na cidade de Volta Redonda”.

Maria Cristina Moreira, coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciencia (PROPEC), stricto sensu, Mestrado e Doutorado Profissional do IFRJ, falou sobre a conquista. “É com muito orgulho que nos referimos a professora Flavia, nossa aluna do Mestrado profissional em Ensino de Ciências, e professora pública de Barra Mansa.O prêmio de melhor projeto na Feira Brasileira de Ciências nos mostra que o curso de Mestrado e Doutorado Profissional em Ensino de Ciências, localizado em Nilópolis em um Instituto Federal de Educação contribui de forma contundente para mudança social requerida em nossa sociedade, levando inovação ao ensino brasileiro”. A coordenadora disse que o curso, por envolver uma pesquisa translacional de inserção social especificamente direcionada ao ensino, parte de questões do contexto do trabalho, como problemas da pesquisa acadêmica dos discentes “e, além disso, promove o desenvolvimento de soluções por meio das leituras sugeridas ao longo do curso e concretizadas em um produto educacional. Esse tipo de dinâmica acadêmica tem nos trazido resultados de qualidade com os discentes, grande parte deles trabalhadores da Baixada Fluminense e entorno” concluiu.

 

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