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Caçadores de bons exemplos visitam o IFRJ

Tente imaginar a seguinte situação: você com um bom emprego, uma casa própria e uma situação financeira estável. Parece suficiente, não é? Não para o casal Iara e Eduardo. Eles fizeram exatamente o que a maioria não faria: pediram demissão de seus empregos, venderam a casa própria e caíram no mundo. E tudo isso em nome do bem e de ir atrás de quem o faz. Por isso, no dia 7 de novembro, o auditório do Campus Rio de Janeiro abriu as portas para recebe-los para ministrarem a palestra “Vamos mudar nosso país, compartilhando o bem”.

Iara contou que tudo começou quando tinha 9 anos: ela, diferente das suas amigas – que queriam ser médicas, dentistas e advogadas – desejava abrir uma creche. “Com 18 anos, eu já era bem-sucedida. Tinha começado a trabalhar muito cedo, tinha meu apartamento, carro, roupas, tinha tudo o que eu queria materialmente”. Mas, ainda faltava algo. Aos 24, Iara conheceu Eduardo e, com um mês de namoro, deu um ultimato. “Falei para ele sair fora. Eu disse que tinha dois problemas: queria dar a volta ao mundo e ter 50 filhos. E ele topou. Então eu pensei ‘esse é o homem da minha vida’”, contou.

Eduardo já tinha dois filhos, mas o sonho de Iara era ter três biológicos e adotar 45. “Eu acreditava fielmente que essa era minha grande missão de vida”, afirmou ela, que disse ainda que, no dia em que ouviu a famosa frase de Mahatma Gandhi, “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, resolveu levá-la como um lema de vida. “Todo mundo concorda que existem inúmeras situações erradas no mundo, mas o que cada um faz para mudar isso? Por que a gente não passa a fazer algo, para de falar de problemas e foca na solução? Precisamos parar de ser telespectador e virar personagem”, enfatizou a palestrante.

É com essa ideia de protagonismo que, em janeiro de 2011, o casal iniciou uma expedição que os levou a mais de um milhão de quilômetros percorridos – equivalente a 20 voltas no mundo –, conheceram todos os estados do Brasil e visitaram mais de 1.700 projetos. As viagens são todas por conta do casal, que não recebe incentivo financeiro e nem patrocínio, não tem vínculo religioso ou político. Eles afirmam que apenas acreditam que existem muito mais ações positivas do que negativas no mundo. “Queremos plantar algo bom nos corações das pessoas”, acrescentou Iara.

A palestra começou com uma apresentação cultural do servidor Vanderson Pereira, revisor de texto em braile e deficiente visual, que cantou e tocou teclado. Durante o evento, os palestrantes contaram histórias e momentos que marcaram a trajetória dos dois ao redor do país. “Costumamos ter foco só para àqueles que têm o nosso DNA. Mas a gente decidiu viver e conviver com pessoas que pararam de olhar para o próprio umbigo e pensam no coletivo. Que tipo de amor é esse que você dedica a sua vida a mudar o mundo de alguém? ”, questionou Iara.

Segundo ela, o maior aprendizado é exercitar a empatia, ser capaz de sentir a dor do outro, e parar de contar desculpas. “As pessoas têm mania de adiar tudo. Dizem ‘quando estiver com dinheiro, eu faço’. Mas a gente conheceu uma faxineira que ganha menos de um salário mínimo, mora em um barracão de lona e atende a 68 crianças”, contou.

A responsável por trazê-los ao IFRJ foi a diretora de Gestão de Pessoas do Instituto, Carla Doti, que conheceu o casal em um Encontro Nacional de Gestão de Pessoas, em Maceió/AL, onde eles fizeram a palestra final do congresso para cerca de 700 pessoas. “Foi estarrecedor, uma mudança gigante. Aquilo reverberou em todo mundo e todos os presentes sentiram. Eu vim para casa mudada”, contou Carla, que disse, ainda, que pensou que trazer a palestra para dentro do Instituto seria o máximo. “Queria isso para o local onde a gente trabalha, para as pessoas entenderem que o muito que elas têm e que elas acham que é pouco, não é. É o muito delas. É o melhor que elas têm a dar e pode impactar e mudar a vida de um monte de gente. De certo modo, já fazemos isso, através da educação”, concluiu.

Todos os presentes no auditório foram contemplados com um exemplar do livro dos convidados. A palestra foi seguida por uma tarde de autógrafos, que ocorreu na biblioteca, juntamente com um coffee break.  Nivalda Aguiar, diretora da Bolsa de Cultura, veio de fora do campus para participar. “O maior aprendizado de hoje foi que todos nós só somos ricos quando multiplicamos o que sabemos e o que aprendemos. E que podemos dar alegria, contribuir na vida, na educação, na saúde de outras pessoas e assim sermos ricos de espírito”, ponderou.

Para saber mais sobre o casal Iara e Eduardo Xavier, acesse o site https://www.cacadoresdebonsexemplos.com.br/ .

Colaboração: Fernanda Monteiro

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