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Aula Magna do Programa Mulheres Mil

O palco do Teatro Dulcina, no centro do Rio de Janeiro, recebeu a aula magna do Programa Mulheres Mil na manhã do dia 26 de março. O evento, que marca a retomada do Programa na Rede Federal, que havia sido paralisado em 2016, foi organizado e promovido pelo IFRJ.

A mesa de abertura foi formada pelo reitor da Instituição, Rafael Almada; pela diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Patrícia Barcelos; pela pró-reitora de Ensino do IFRJ, Alessandra Ciambarella; pela diretora de projetos da Funarte, Laís de Almeida e pela diretora de Ensino do Campus Realengo, Mira Wengert, que representou a diretoria-geral da unidade.

foto tirada do segundo andar, mostrando ao fundo o palco, no momento da abertura
Abertura do evento

A abertura do evento foi feita por Gilsiane Escobar, diretora adjunta de Ensino Técnico e Qualificação Profissional, que estava à frente do Programa no IFRJ na sua implementação. Visivelmente emocionada, Gilsiane lembrou que Mulheres Mil chegou à Instituição em 2012. “Para nós foi um motivo de orgulho, trazer não apenas cursos de qualificação profissional para mulheres das comunidades. Essa era também a oportunidade para  recuperar a dignidade, a auto estima de cada uma. Mulheres com 60 anos ou mais, que muitas vezes estão em casa, achando que já acabou tudo, resolvem fazer o curso, e a vida se renova”. A servidora finalizou dizendo que o Programa vai muito mais além do que pode parecer a princípio, ou àqueles que não o conhecem.  

GILSIANE NO PALCO

Patrícia Barcelos elogiou o evento e se disse honrada em participar desse momento de retomada e de valorização de um programa tão importante para o país. Destacou a atuação do IFRJ, sobretudo nas ações de Alessandra Ciambarella e do reitor Rafael Almada. “Sobre o Mulheres Mil, posso dizer que foi o primeiro programa de Educação profissional que o Governo Lula retomou, dada a sua urgência e ao reconhecimento da sua importância. E estou muito emocionada de voltarmos, porque nós mulheres precisamos que as políticas públicas entendam a nossa situação, o nosso dia a dia, que entendam que temos os filhos, os netos, o trabalho, a estrutura do cuidado, a questão da violência, o machismo estrutural nos espaços de trabalho, coisas que nós enfrentamos o tempo todo. O Mulheres Mil é um programa para refletirmos sobre tudo isso, pois temos nele uma formação que também, e essencialmente, é crítica, na qual as mulheres estão unidas”.

pATRICIA bARCELOS NO PALCO
Patrícia Barcelos

O reitor do IFRJ agradeceu às servidoras presentes, às alunas, ressaltou a parceria com a FUNARTE e destacou a difícil caminhada das mulheres em busca de uma educação, de uma formação profissional e da dignidade. “Possivelmente, muitas de vocês estavam longe da escola há algum tempo, muitas queriam uma formação, mas também pensavam que não era possível, ou que não valia a pena, ou porque uma graduação leva tempo demais, só que esse Programa permite outros horizontes. Porque você tem a possibilidade de ter uma qualificação, de ter empregabilidade, de talvez mudar até seu ramo de trabalho, de agregar conhecimento”.  De acordo com Almada, o Mulheres Mil junta um pouco disso tudo, e ao mesmo tempo permite que a experiência de vida de cada aluna se junte as de suas colegas, cada uma com uma riqueza, uma luta própria, o que acaba por criar um rede de empoderamento, de fortalecimento. “O Programa faz com que você amplifique sua voz para dizer que sim, você pode, você merece, e não vai sucumbir a uma estrutura social machista, que tenta dizer que as mulheres são menores e outras bobagens. A mulher tem que estar sempre onde ela quiser, onde ela puder, onde ela possa se sentir capaz de mudar sua vida e o mundo ao redor. A gestão do IFRJ acredita nesse papel de empoderamento, de mudança, que nós queremos e vamos sempre fortalecer”.

Rafael Almada no palco
Reitor Rafael Almada

Alessandra Ciambarella lembrou que a Rede Federal possui hoje 783 unidades, que fornecem educação de qualidade, publica e gratuita, mas que muitas vezes  não chegam a jovens e adultos trabalhadores, e isso faz com que essas pessoas não se sintam pertencentes a esses lugares. “E esse programa veio para dizer que esses espaços são, sim, para cada um deles, homens mulheres, trans etc. é um espaço para todos aqueles que querem ter educação e a possibilidade de se emanciparem socialmente”.

 A pró-reitora também destacou alguns avanços significativos recentes. “Por exemplo, o governo federal aprovou a lei 14.611- 2023, que define a igualdade salarial entre homens e mulheres. Lei já ‘existia’ desde 1934, e nunca tinha sido concluída. Estamos então, hoje, diante de um governo que reconhece a igualdade de direitos entre homens e mulheres. E precisamos ampliar esses nossos espaços de luta, de resistência, porque não estamos aqui só para existir, mas também para resistir”.

O evento contou com a presenças do coordenador de espaços culturais da Funarte, Fabiano Carneiro; de representantes do deputado federal Reimont; das deputadas estaduais Elika Takimoto, Marina do MST e Martha Rocha; e da vereadora Mônica Benício. A Presidência da escola de samba Unidos de Padre Miguel foi representada pelo diretor social da agremiação, Leandro Pascoal.

Alessandra Ciaambarellaa
Alessandra Ciambarella

 O evento, que contou com a presença de servidores do IFRJ de diversos campi, de parlamentares e representantes da sociedade civil, prosseguiu com a aula magna proferida por Patrícia Barcelos, tendo Alessandra Ciambarela como mediadora.   

  

Patricia e Alessandra no palco

Mulheres Mil 2024

Recentemente, o IFRJ lançou um processo seletivo para cursos FIC no âmbito do Programa Mulheres Mil. Neste primeiro semestre de 2024, serão ofertados os cursos de Aderecista, Assistente de Secretaria Escolar, Agente Cultural, Assistente Administrativo, Assistente de Produção Cultural, Assistente Escolar, Assistente Financeiro, Cuidador Infantil, Cuidador de Idosos, Inspetor de Qualidade, Inspetor Escolar, Marketing Digital e Organização de Eventos, totalizando 450 vagas.

Instituído em 2011, o IFRJ realizou as primeiras turmas do Programa ainda naquele ano com cursos nos eixos de Produção Alimentícia e Produção Cultural e Design. Com o relançamento do Programa em 2023, pelo Governo Federal, o IFRJ foi contemplado na época com 250 vagas, com diversos cursos sendo oferecidos nos Campi Arraial do Cabo, Paracambi, Mesquita, Nilópolis, Niterói e Volta Redonda.

foto mostra a plateia de mulheres
Plateia do teatro Dulcina

O retorno em grande estilo  

Em cerimônia realizada no dia 19 de março o Ministério da Educação (MEC) lançou, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), a nova chamada do Programa Mulheres Mil, com 16,3 mil vagas. A nova linha de fomento investe R$ 26 milhões na oferta de cursos de qualificação profissional para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica de todo o País.   

A adesão a essa chamada teve início na quarta-feira, 20 de março, e tem como público as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Os cursos serão ofertados no período de agosto deste ano até o final de 2025. Somam-se às vagas da nova chamada mais 46 mil vagas, que estão disponíveis na Rede Federal e nas redes estaduais, fruto da pactuação de 2023, e podem ser acessadas no Painel de Oportunidades.   

O Programa Mulheres Mil busca elevar a escolaridade e promover a inclusão socioprodutiva de mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por meio da oferta de cursos de qualificação profissional.

Durante o evento, também foi apresentado um balanço da pactuação das vagas em 2023: o investimento do MEC no programa foi de mais de R$ 86 milhões, para oferta de quase 54 mil vagas, em 446 municípios do Brasil.

Com intuito de orientar as ofertas do programa, o MEC lançou o Guia da Metodologia do Acesso, Permanência e Êxito. O documento foi desenvolvido por um Grupo de Trabalho (GT) composto por profissionais tanto da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica quanto de outras instituições experientes no Mulheres Mil e em ações de inclusão socioprofissional. Segundo a diretora Patrícia Barcelos, foi realizado um processo de escuta para finalização do guia. “Hoje chegamos ao nosso guia atualizado, revisado, metodológico e aberto, que traz todos os detalhes de como trabalhar com as questões de vulnerabilidade social e com as questões que as mulheres brasileiras enfrentam”, concluiu.  

Oferta 2023 – O Programa Mulheres Mil foi instituído por meio da Portaria nº 725/2023. A pactuação de vagas realizada pelas redes de ensino se iniciou no ano passado, com oferta tanto em 2023 como em 2024. Executado em parceria com as redes, o programa conta hoje com a adesão de 49 instituições da Rede Federal (38 Institutos Federais, 10 escolas técnicas vinculadas às universidades e o Colégio Pedro II), além de 34 instituições das redes estaduais, distrital e municipais.  

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